terça-feira, 22 de julho de 2008

Uma forma de vapor se instalou nas mentes
tornam tudo que de mais puro se perca.

Não por menos o sentimento é soterrado pelo extremo explicar.
Uma gota de orvalho, é apenas isso.
Não há mais constelações.
Não há luz, não há curvas.

Os ângulos retos predominam os pensamentos, a vida pequena é vendida
e comprada como idéia por muitos, e muito morrem por esse veneno.

A vida já não é mais vivida, a troca já não é mais vista.
É tudo forma de produto, tudo é vendido e comprado.
São interesses trocados, corpos unidos pelo vil metal.
É um aproximar por conveniencia, é uma doença, uma demencia,
falta de amor, um mundo repleto de segundas intenções.
São feitos de morte os corações desses desalmados.

Cansado de ser soterrado pela minha própria confusão, confuso
pois tudo se mescla, perdido em um mundo turvo, com falsas verdades.

Um desapego pelo real, a virtualidade bate a cada porta e tenta te roubar.
Um doente por vida, encontra na ilusão uma forma de consolo.

Crio lava dentro do coração, agora trincado por tanto desentendimento.
Criado na contradição do ocidente, sem entender da própria mente,
ignorante em relação a psique, querendo entender a sua essência.
Procurando no mais fundo do coração, respostas.
Caindo em próprias sabotagens, aprendendo a viver e ter conciência de si.

Ver o mundo mais de perto, acolhendo dentro o que tem sede.
Aprendendo a dar valor aquilo que tem valor, mesmo que não seja o alvo.
A casa é composta não apenas de quadros, mas também de paredes, firmes,
mas frias, aço, mesmo forte para sustentar, mas duro e sem coração.

Valorizar o que sustenta a casa, que mantem a vida, que dá segurança para a paz interior.

A humanidade caminha para o auto-exterminio e eu perplexo, em estado de choque,
quebro a cabeça, tenho ou não poder de mudar o barco que vai para o fim do chão.

Leandro Borges