sábado, 15 de setembro de 2007

Poetizar espaços é alargar o tempo


(Mundo Jovem p.8)
Vive-se, hoje, o tempo da não-poesia. O desmembramento entre magia e vida é uma das marcas de nossa era pós-moderna - era de fragmentação e fragilidade, em que a indústria cultural esmaga o ser humano. Em épocas como esta, é contraproducente o viver poético. Não é possível combinar a harmonia da palavra mítica, que rememora o paraíso perdido, ao caos dos dias em que vivemos. É o tempo-flecha, o tempo-ponto, abismado em si mesmo, sem fronteira nem horizontes.



Muitas vezes ouvi: “poesia não vende, para que insistir?”. Insistir é resistir. É ferramenta em nossas mãos. É contrapor-se aos ventos de agora! Coordeno um movimento que publicou 26 obras em três anos, todas de poesia. Apenas três não estão esgotadas. Criamos cooperativa de poetas. Reúnem-se cinco, dez e até mais de 100 poetas. Publicamos, dividimos em cotas e cada um vende os seus livros. Funciona, e é muito bom! Nos lançamentos, vários se reúnem, seguram o tempo nas mãos e controem uma supra-realidade: recitam, falam de suas vidas, criam e recriam o mundo despoetizado. Nossa vitória sobre o mundo mecanizado e capitalista é sorrir diante da obra que retém (no papel) e liberta (para o outro) o nosso dizer poético. A necessidade de se expressar poeticamente está calcada no ser humano desde tempos imemoriais.

Trabalho Inutil ?

Não trabalhar poesia nas escolas, é um reflexo da atual conjuntura. A escola, ainda que nem sempre o assuma, reproduz o sistema autoritário e dual. Há iniciativas (poucas, e algumas brilhantes) no sentido de questionar o sistema, enquanto que a maioria preocupase com a formação do indivíduo, quanto mais individualista melhor, com as arraigadas desculpas de que há poucas vagas, que só os primeiros as ocuparão. Criam-se personalidades descomprometidas com a solidariedade, incapazes de conviver harmonicamente entre diferentes. A escola justifica-se pelos concursos públicos e vestibulares.
Uma vez, orientando uma oficina de poesia na 5ª série, um grupo de mães reuniu-se e, entre outras coisas, pediram para não dar poesia, e dar coisas úteis para o vestibular... Na 5ª série? Fiquei perplexa!
Então, hoje já não é possível brincar com as palavras, educar a sensibilidade para apreciar e escrever, porque existe dali não sei quantos anos um monstro chamado vestibular e, em nome dele, quem sabe, essas mães não quereriam que seus filhos tivessem análise sintática na 5ª série?
Trabalhei numa escola em que se desenvolvia a pesquisa-participante (de verdade) Era lindo! Alunos e professores saíam às ruas, pesquisavam a realidade posta e os anseios daquela comunidade. Num segundo momento, os dados eram tabulados em papel pardo. E que cuidado se tinha para manter in natura a fala dos entrevistados, por respeito à sua forma de se expressar. Uma pesquisa mudava o planejamento de dois anos. Era um constante desafio problematizar as falas na sala de aula e, no final, devolver ações solidarias à comunidade. Mesmo assim, havia colegas que entendiam se uma perda de tempo “aquelas bobagens”. Bobagens que mudariam a vida daquelas pessoas... apenas!
Assim é a poesia para uns: uma bobagem! Palavras que falam pela simples ânsia de dizer que existem, pelo simples fato de serem palavras, sem qualquer outro porquê... Agindo dessa forma, o utilitarismo não consegue raptá-las para seu proveito. Elas fluem, pairam, às vezes veladas e, assim, dizem muito, sem quase nada dizer. Mas a poesia não serve, não cabe neste mundo retificado.
Não serve? Não cabe? E porque será que se lê Camões hoje, passados quase 500 anos? E, ao fazê-lo, sentimos uma grandeza de alma? E há quanto já vão esquecidos os cronistas daquela época? Documentos são questionados. Podem ser forjados. Há teses que se ocupam em saber se Homero realmente existiu, mas ninguém questiona da Idíada e da Odisséia, capazes de instaurar um tempo novo sempre que revistitadas.
A poesia é a extrema liberdade do ser, a palavra inquietante, perturbadora. Um amigo confessou-me: queria livrar-se da poesia. Já não era feliz... A poesia não cria uma geração de alegres sem causa. Cria seres profundos, capazes de ler além da letra impressa, além da palavra dita. Quem lê poesia, escreve poesia, questiona a poesia, não perde a possibilidade de refazer-se constantemente, ir ao encontro de si. E não é essa a arte da vida? A possibilidade de, estando no mundo, interferir criativamente sobre ele?
Então, para que a poesia? Porque ainda há tempo de instaurar no tempo um outro tempo. E é a escola (ou deve ser) a instituição capaz de descobrir a riqueza contida na palavra poética, Num trabalho constante e inquiridor, a escola é capaz de instaurar brisa, desmascarar a hipocrisia do tecido social e criar um ser que cristaliza um outro tempo em suas mentes e corações, contando com o poder transformador da palavra poética.


 

Edinara Leão,
professora estadual, poetisa,
coordenadora do Movimento VirArte,
em Santa Maria, RS.
Endereço eletrônico: edinaraleao@yahoo.com.br
Blog: http://edinaraleao.blogspot.com

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

poder para o povo


a cada dia nasce um novo computador móvel
a cada dia mais e mais pessoas tem acesso
a cada dia um preço mais acessível
eu sonho com um dia que a população mundial
tenha acesso ao mundo virtual, que o mundo inteiro
possa se comunicar em um piscar de olhos

será então concretizado a máxima
poder para o povo
cada cidadão será um exercito instrinsicamente
um homem só com o poder de um exército

a um centímetro de um clique, o poder da comunicação global
em segundos, divulgar a informação, exercer a cidadãnia

fazer a informação a maior arma contra a corrupção do estado de qualquer país
divulgar informação que nenhum outro meio de comunicação pode fazer tão eficaz
e rápido e a baixo custo

eu sonho que este dia chegue logo, que os celulares sejam propriedade de da população
votante mundial. Que tenha um preço acessível para compra e uso, assim como é hoje
apenas para adquerir.

sonho com um povo fiscalizador e que se faz como ponte de informação para todos.
De todos para todos. Que nem o estado, o seto privado seja dominador, pois o com
o homem no poder, teremos a escolha de qual informação acessar.

Se impossição de emissoras, impossição do estado, sem dominação capital, sem
alienação cultural.

Sonho que a transparência de todos os fatos, de todas notícias.

Será uma nova era.
Era da comunicação livre, rápida, mundial: pra todos!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Senado: Brasil Vergonha!



Minha única forma de protesto é a informação...

Sem mais.
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Veja como votaram os senadores no caso Renan

O presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi absolvido do processo de cassação do mandato, na tarde desta quarta-feira, após votação secreta no Plenário do Senado. O resultado divulgado pela Casa apontou que 40 senadores votaram pela absolvição, 35 pela cassação, enquanto outros seis se abstiveram. Ouvidos pelo Terra, no entanto, 38 senadores disseram que votaram a favor da perda de mandato.

Apenas dez senadores confirmaram o voto a favor de Calheiros. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que se absteve da votação. Outros 23 parlamentares não abriram o voto e nove não foram encontrados.

Confira como votaram os senadores:

Cassação: Adelmir Santana (Democratas-DF) Alvaro Dias (PSDB-PR) Arthur Virgílio (PSDB-AM) Augusto Botelho (PT-RR) César Borges (Democratas-BA) Cícero Lucena (PSDB-PB) Cristovam Buarque (PDT-DF) Demóstenes Torres (Democratas-GO) Eduardo Suplicy (PT-SP) Efraim Morais (Democratas-PB) Eliseu Resende (Democratas-MG) Flávio Arns (PT-PR) Flexa Ribeiro (PSDB - PA) Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) Gerson Camata (PMDB-ES) Heráclito Fortes (Democratas-PI Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) Jayme Campos (Democratas-MT) Jonas Pinheiro (Democratas-MT) José Agripino (Democratas-RN) José Nery (Psol-PA) Kátia Abreu (Democratas-TO) Lúcia Vânia (PSDB-GO) Magno Malta (PR-ES) Mão Santa (PMDB-PI) Marco Maciel (Democratas-PE) Mário Couto (PSDB-PA) Marisa Serrano (PSDB-MS) Osmar Dias (PDT-PR) Papaléo Paes (PSDB-AP) Paulo Paim (PT-RS) Pedro Simon (PMDB-RS) Renato Casagrande (PSB-ES) Romeu Tuma (Democratas-SP) Rosalba Ciarlini (Democratas-RN) Sérgio Guerra (PSDB-PE) Sérgio Zambiasi (PTB-RS) Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Absolvição: Almeida Lima (PMDB-SE) Epitácio Cafeteira (PTB-MA) Euclydes Mello (PTB-AL) Francisco Dornelles (PP-RJ) Gilvam Borges (PMDB-AP) Gim Argello (PTB-DF) João Tenório (PSDB-AL) José Maranhão (PMDB-PB) Renan Calheiros (PMDB-AL) Wellington Salgado de Oliveira (PMDB-MG)

Abstenção: Aloizio Mercadante (PT-SP)

Não abriu o voto Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) Delcidio Amaral (PT-MS) Edison Lobão (Democratas-MA) Eduardo Azeredo (PSDB-MG) Fátima Cleide (PT-RO) Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) Ideli Salvatti (PT-SC) Inácio Arruda (PCdoB-CE) João Durval (PDT-BA) João Pedro (PT-AM) João Ribeiro (PR-TO) João Vicente Claudino (PTB-PI) José Sarney (PMDB-AP) Leomar Quintanilha (PMDB-TO) Marcelo Crivella (PRB-RJ) Maria do Carmo Alves (Democratas-SE) Neuto De Conto (PMDB-SC) Romero Jucá (PMDB-RR) Roseana Sarney (PMDB-MA) Sibá Machado (PT-AC) Tião Viana (PT-AC) Valdir Raupp (PMDB-RO) Valter Pereira (PMDB-MS)

Não foram encontrados: Antonio Carlos Júnior (Democratas-BA) Expedito Júnior (PR-RO) Jefferson Peres (PDT-AM) Marconi Perillo (PSDB-GO) Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) Patrícia Saboya (PSB-CE) Paulo Duque (PMDB-RJ) Raimundo Colombo (Democratas-SC) Serys Slhessarenko (PT-MT)

(Terra)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Brasileiro


Alegria não é felicidade - Brasileiro é alegre... mas não é feliz

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Massa, queijo e arsênico


É vai sair um novo sabor! Vamos ficar mais feliz, afinal são 40 pizzas sabor SUPREMO!
São quarenta ladrões comendo pizza e rindo da nossa cara, a cara de um povo que acreditou
que esse país é serio. Agora, eles sentem falta porque o seu ali baba come pizza em baixo da mesa.
Sem ser visto, sem fazer alarte. Bom, poderíamos pedir a famosa pizza de lula embebedada da cachaça,
famosa em Brasília. Tudo acaba com uma bela comemoração, um espetáculo gastronomico.
Nós pagamos a conta triplamente, perdendo o nosso dinheiro dos impostos, acreditando e quebrando
a cara com mais uma falsa promessa de justiça, amargando e vendo o teatro político brasileiro
tomando a cena: nos fazendo de palhaço mor.
Assim eles mostram as vísceras podres da estrutura judicial brasileira.
Eu ainda prefiro que os corruptos não virem réus, se for pra tudo acabar em massa, queijo e arsênico!

Solução?
www.youtube.com/watch?v=MQXoJCDow2Q